Dias deliciosamente conturbados e agitavam me esperavam esta semana, já sabia disso quando olhei para o meu calendário de mesa e contrariando meu pensamento e atitude de 29 anos - “EU? Não, eu não preciso de agenda ou de lugar para anotar meus compromissos, minha memória é ótima”- amanheci segunda feira e pensei “essa semaninha será deliciosamente punk”, mas nunca pensei que fosse ter a experiência de que passei terça à noite.
Determinei que dezembro seria um mês de mudanças, onde resolveria algumas pendências , deixando pra 2011 somente os problemas que naquele ano surgissem, e voltar a dar vida de verdade e com responsabilidade a Dra Bavettinha seria um deles.
Pois é, Dra Bavettinha mudou de emprego, agora é besterologista do Hospital do Transplante ( antigo Hospital Brigadeiro). Ela foi incrivelmente bem recebida e adoravelmente acolhida pela Dra Retanhola, que me apresentou o hospital e ensinou muito mais do que besterologia para a Bavete, foram lições de vida que irão marcar todas as mudanças que determinei para Dezembro.
A parte mais interessante de todo esse novo aprendizado foi encarnar a minha Dra no meu dia a dia, alegrar e contagiar à todos não somente no hospital, foi o desafio ! Sai do hospital levando a Dra comigo não somente no coração , pensamento e sentimento, mas sim no corpo. Bavettinha pegou pela primeira vez metrô em SP, e começou bem , linha verde, azul e vermelha em um só dia, de uma só vez!
Me impressionei e me encantei com as atitudes e diferentes pessoas durante todo o trajeto. Definitivamente andar pela Paulista de besterologista, não é algo diferente e capaz de chamar a atenção de ninguém naquela avenida.Complexada e apressada, a Av Paulista é palco de um publico tão eclético e apressado como ela, onde ninguém desvia o seu olhar para o alegre e diferente. Entrei na estação Brigadeiro e fui apresentada ao Pedro, menino de 4 anos que acabara de ver o Papai Noel e fazer seus pedidos . Sentei ao lado dele enquanto sua mãe o ensinava a cantar Noite Feliz, chegou ate mim e disse “Vc sabe cantar também?” e então cantamos durante todo trajeto até a Sé, pessoas olhavam , cantavam também e algumas ate fotografavam.
Na Sé, juro que pensei “Isso aqui não vai dar certo com esse mundarel de gente” , mas se a proposta era vencer desafios ? Já dentro do vagão sentei ao lado de uma senhora , tinha um aparente olhar triste, porém me olhava com curiosidade e retribuiu ao meu sorriso. Era a dona Maria, moradora orgulhosa de Corinthians Itaquera , trabalhadora, mãe de 03 filhos. Aprendi durante o meu treinamento que sempre era bom “puxarmos” assuntos que fossem agradáveis , e naquele momento filhos eram o orgulho daquela senhora. Vi no olhar dela o orgulho do trabalho e da vida que levavam o seu filho mais novo e a sua filha, porém em momento algum ela falava do outro, então perguntei .
- E e o outro?
Algo me dizia que era ele o responsável pelo olhar triste inicial daquela senhora. Seu filho mais novo havia sido preso naquela semana, usuário de crack foi pego roubando e estava preso, sua angustia estava escondida no seu pensamento de mãe , que além de preocupada , se culpava achando não ter dado a educação e os ensinamentos de vida corretos aquele filho. Conversamos muito e acho que no final consegui ajuda-lá , fazer com que olhasse para o futuro e que não se culpasse pelo acontecido, que seu filho precisaria da força de sua mãe agora mais do que nunca e que o seu olhar de mãe seria um dos principais apoios para aquele garoto.
E quem disse que não se aprende muito em uma simples viagem de metrô?
Um comentário:
Espero que vc tenha mt saúde pelo resto de sua vida p/ poder levar seu entusiasmo e alegria p/ as pessoas.....
ADOOOOORO
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