segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

É por isso que o tempo passa.

Tem duas datas no ano que me fazem pensar no que passou, desconfio que para todos sejam as mesmas, aniversário e a proximidade do réveillon ( não adianta, escrevo réveillon e lembro da música da Adriana Calcanhoto “como é que se escreve réveillon” e me dá sempre um medinho de escrever errado).

Escrever sobre o que passou sem que pareça algo nostálgico é complicado, mesmo pq meu cérebro tem um mecanismo de lembrar somente das coisas boas, por exemplo, agora pouco durante o banho pensava “2016 foi complicado, mas o que mesmo me aconteceu de ruim?” e lembrei somente de dois acontecimentos, isso é um mecanismo de defesa, não é?

Posso dizer que comecei o ano arriscando, tentando algo que sinceramente pensei que fosse dar certo, novas relações interpessoais, novo ciclo de pessoas , histórias, culturas e por fim, o que muitos poderiam  achar que foi algo passageiro e sem marcas, deixou em mim uma marca quase materna de amizade, companheirismo e cumplicidade bem longe de SP e agora eu sei que namoro a distancia comigo não dá certo, porém , na maternidade postiça eu me dei bem.

2016 foi um ano de gratidão (acho até que essa palavra anda meio batida nos posts e imagenzinhas de auto ajuda espalhados nas redes sociais). Um ano onde eu pude ver muito do que acredito nos olhos de outros, me senti grata demais por isso. Vi novas paixões pelo nariz vermelho surgirem em encontros regados a descobertas, sons e pq não dizer, religiosidade. Fé, força e coragem pra não desistir nasceram em noites de terça na capela de um hospital e dentro da rouparia de outro, quando num dia de tristeza desabei no colo de irmãos, mesmo montada de Bavettinha e saindo de lá me vi forte novamente.

Chorei por quem se foi sem se despedir e chorei de desespero pensando que havia chegado a minha vez . Passei algumas noites pensando no rosto de quem me provocou desespero, hoje felizmente já não sou capaz de descrever perfeitamente aquele rosto, lembrança essa que vai ficar em 2016 , sem passagem ou bilhete para me atormentar no ano que vem.

Ultrapassei barreiras e limites, mantive a força (mesmo que as vezes com muita preguiça ) de estar a mais de um ano fora do sedentarismo, terminei o ano com um exame que, mais do que me dar um certificado e uma cor na luta, mostrou que quando eu quero, sou capaz de verdade. Fiz amizades, dei boas risadas e ainda deu uma enrijecida nos músculos, olha só quanta vantagem em dar uns bons socos e chutes.

Fui testemunha de um amor lindo, vi de pertinho com mais um grupo seleto de amigos, uma irmã assumir perante várias pessoas que escolheu um homem integro e companheiro para dividir suas alegrias e angustias, com tudo isso ainda ganhei um irmão de risadas, bons papos e até mesmo noites fazendo pizza.

O ano ta acabando, o calendário já esta na ultima página, mas eu sigo firme e forte, arriscando e tentando sempre , pq a Felicidade está logo ali, pertinho, mas não ta parada, estagnada, ela corre rápido e eu to logo atrás, arriscando novos caminhos para alcança-la.

Só faltam 2 meses para a próxima reflexão, que venha 2017!





quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O controle das piscadas da vida


Inspirações me fazem escrever, viver e conjugar todos os demais verbos. Hoje, após uma real sensação de satisfação plena (algo que não é simples de sentir, mas que felizmente venho sentindo com certa frequência), lembrei do título daquela música do Teatro Mágico “O que se perde quando os olhos piscam” e pensei  “Como é bom estar com os olhos bem abertos para não deixar ver a vida passar em branco”, porque a vida , no fundo, é bem cor de rosa.
Há exatos 4 anos nascia a Juju e naquela época me via deslumbrada com o fato de ter uma criança em casa, alguém que eu ensinaria ( ou tentaria ensinar) um “pocado” de coisas, alguém que encheria meus olhos de felicidade a cada descoberta ou sorriso.
Pois é, não estava errada, naquela época queria me ver hoje, quando ela tivesse 4 anos e assim pudesse analisar o quão diferente eu estaria, o quanto ela teria definitivamente mudado a minha vida . Hoje, mais de 1400 dias depois, chego à conclusão de que quem aprendeu fui eu.
Aprendizado é realmente a palavra que trás ainda mais inspiração. Aprendi que realmente aquele consumismo bobo , transmitido com maestria pelos mestres da propaganda (não deixo de “tirar o meu chapéu” para eles) definitivamente não é nada necessário, a felicidade está nas coisas mundanas , no confeito rosa dentro do seu bolo ou na boneca de papelão que ficou “em pé” nele com a ajuda de um palito de churrasco. Aprendi que amor não separa pais separados e que, por mais que muitos adultos bobos queiram, o bom é estar todo mundo junto pra apagar a velinha e emanar aquela luz e energia pra mais um ano de descobertas. Aprendi a ser uma pessoa melhor, a valorizar o dia que chego cedo e ela vem com aquela carinha de pedinte falando “Tia, vamos brincar de maquiagem” e consequentemente a desvalorizar qualquer produto de maquiagem da minha nécessaire e eu tenha comprado pensando em durar a eternidade.
 
A eternidade é o agora e o AGORA é viver com cuidado pra não piscar demais e perder a vida passando. Hoje, uma tia fez aniversário!