sexta-feira, 18 de julho de 2014

Porque o eu, tu, ele...Nem sempre são pessoas diferentes

Mais do que religiosidade e ensinamentos bíblicos, a pequena história que vive hoje, me fez pensar um pouco no que estamos nos transformando e na fatídica pergunta que as vezes me assombra "Onde vamos parar"?

Infelizmente não é a primeira vez que isso passa pela minha cabeça esta semana, o que me deixa ainda um pouco mais intrigada. As vezes me coloco no lugar das mães, essas que ainda tem filhos pequenos e que são movidas pelo instinto de proteger a sua cria dos perigos. Como preservá-los dos próprios Seres Humanos, da mesquinharia e soberba dos que, ditos inteligentes, estão deixando de rastro para as próximas gerações? 

Trabalho em uma região nobre de São Paulo, lugar de pessoas elegantes e educadas ( educação escolar mesmo, quanto a cultural eu não ousaria afirmar), a Avenida Paulista, cartão postal da cidade mais "rica" do Brasil. Hoje, após o expediente, parei numa padaria dessas "chiques" , essas que oferecem de tudo, manobrista na porta, pães variados etc, precisava comprar pão francês. Cheguei no balcão e pedi 8 pães e a atendente pediu se eu poderia aguardar 10 min para que saísse a próxima fornada, aguardei e enquanto isso resolvi descobrir se tinha fermento biológico fresco pra vender, pois amanhã vou precisar. Indaguei o Sr que estava na parte dos frios, ele explicou que realmente não tinham para vender, que estava um pouco complicado de encontrar o fermento em qualquer supermercado porque o seco havia tomado conta do "mercado" e tal ... o papo desenrolou durante os 10 minutos, falamos basicamente de pão, receita, fermento, sabor, massa... e neste tempo o pão ficou pronto, então, voltei para a fila. Na hora que eu estava pegando o saco do pão, o mesmo Sr , que havia saído do balcão dos frios, saiu da cozinha com um saco de papel , colocou na balança, olhou pra mim e disse : "Moça, 120 gr dá para o que você precisa fazer"? Olhei pra ele e soltei um "Lógico que dá, muitíssimo obrigada, o Sr salvou a minha receita" e nesta hora escutei um "Moça, você foi a pessoa mais simpática e agradável que passou hoje nesta padaria, não fiz mais do que a minha obrigação, você alegrou o meu dia."

Sai rindo e pensando, será isso mesmo?? Será que ninguém, nenhum cliente que passou por aquele balcão hoje foi no minimo educado a atencioso com aquele Sr? Os clientes realmente acham que ali, atrás do balcão tem uma máquina, alguém para o qual se pede algo, aperta o botão e sai pronto, seu pedido express? Alguém diferente dele mesmo?


Não sou o tipo de pessoa que acredita na felicidade suprema, na totalidade da bondade humana, meu mundo não é cor de rosa, ele é manchado e multicolorido, mas pensar em situações como esta , de "exclusão" do seu semelhante,  me dão nojinho e martelam questões que as vezes, felizmente, esqueço que ainda existem.

sábado, 24 de maio de 2014

O quanto de tudo é possível acontecer em 8 dias?

Nada como a sabedoria do tempo para valorizarmos algumas coisinhas da nossa infância, hoje entendo melhor o pq da composição (na minha infância era assim que as professoras chamavam, não tenho ideia de como se chama atualmente) “Minhas férias”.
É impressionante como a fuga da rotina, mesmo que curta, muita curta, nos ensina sempre.
Sim, estive em Floripa, não para conhecer aquela terra linda (mesmo com alguns detalhes que vou escrever abaixo, aquele lugar continua lindo) e sim pra matar a saudade da minha irmã, família postiça e quase que exclusivamente da minha princesa, afilhada e manezinha mais linda.
Defintivamente não foi uma viagem comum, como outra qualquer, sai de la com sentimentos diferentes, com a certeza de que precisamos mesmo aproveitar cada momento junto de quem gostamos e de quem nos faz bem, sei que isso parece até frase tirada de post de auto ajuda do face, mas não é! Sentar na cama pra fofocar, fazer a unha, dividir maquiagem fazendo planos de , "pq este sim" “pq este não”, pq usar base mais clara no inverno, inventar uma nova mudança no visual , sentar na sala pra ver tv, esquecer que ela esta ligada e conversar, conversar, conversar, lembrar da infância, planejar o futuro, imaginar o que será de nós, aff quanta coisa!!
O quanto de tudo é possível acontecer em 8 dias?
Que não importa o termo utilizado pelo médico no diagnostico de um exame, hoje o google ajuda a traduzir.
Que se é capaz de conhecer alguém e no minuto seguinte trata-lo como seu amigo de infância, dividir segredos, abusar dos préstimos, rir e ter vontade de guardar esse seu mais novo amigo na caixinha.
Que nem sempre táxi é a melhor solução quando se quer voltar da “baladinha” e que painel do carro que avisa que o sistema ABS está com defeito não é uma boa opção para carros que pretendem trabalhar como táxi, mesmo com passageiros que estão saindo do barzinhos.
Que algumas mães de manezinhos esqueceram aquela brincadeirinha educativa que se faz de ensinar as palavrinhas mágicas e que atendimento ao público de qualidade , agilidade e educação não anda sendo muito praticado por lá.
Que é possível levar o castelo de várias princesas da Disney pra um salão, e essa magia fica ainda melhor quando vc vê a sua princesa rodeada de pessoas que a amam e ajudam a transformar uma simples sexta, na melhor sexta da sua vida!
Que irmã se preocupa, torce e da apoio nas mais diversas loucuras que a outra resolve encarar, manda whatshap e depois que descobre que ta tudo bem te acorda com um “CONTA TUDO”.
Que você nunca deve deixar pra alugar um carro em Florianópolis sem antes ter reservado antes.
Que nem sempre a padaria tem pão e a melhor carne que se pode encontrar no açougue  nem sempre é uma picanha.
Que 8 km de caminhada passam rapidinho quando a cia é encantadora!
Que nunca foi tão bom comer verduras e legumes fresquinhos.
Que a vida coloca pessoas no nosso caminho que aparentemente não tem nada haver com o nosso jeito ou maneira de pensar, mas que no fundo aquilo tudo acontece pra ensinar que tudo pode mudar e que lá no fundo do poço tem uma corda, basta ter vontade de subir.
Enfim, que fazer as malas e voltar pra casa nunca foi tão difícil.





sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014


Queria um tempo sem tempos verbais, poderia ser um ano somente, onde passado, presente e futuro não fossem preocupações. Sei que isso pode parecer uma alienação, piração total (e no fundo até é) , mas quero somente as ações, os verbos sem conjuga-los.

Minha personalidade e meu jeito me impedem de ser alienada, falo muitas loucuras, faço bem poucas . Quero viver os verbos, aqueles mais gostosos de se sentir, amar,  gostar, gozar, beber, comer, dormir, fazer, ler, escrever etc, de maneira intensa e insana. 

As vezes tb queria parar o mundo, dar um pause, coloca-lo no lugar, engrenar os relógios  novamente, dar uma de super herói mesmo, e no caso de não conseguir resolver, devolve-lo pra Deus e falar :  
- Cara, conserta ai e manda novamente que agora vai dar certo.

Quero pedidos de aniversário diferentes este ano, vou apagar as velinhas e alterar ao clichê "saúde, amor e paz" por "saúde, ações e um pouco de pó de pirim plim plim", ai quem sabe este ano que tanto espero não venha, quem sabe 100 gr deste pó já não me ajudem a acertar e dar corda em muitos relógios por ai.

Devaneios de alguém que chegará em breve aos 33? Quem sabe?

Me ensinaram que os pedidos se realizam quando apagamos as velinhas, pulamos 7 ondinhas ou estouramos uma  rolha , nem que seja de uma sidra. Me ensinaram também  que um ingrediente, certeiro para que a receita dê resultado , é o poder de acreditar, e  eu, hoje, acordei assim, acreditando!