Tem duas
datas no ano que me fazem pensar no que passou, desconfio que para todos sejam
as mesmas, aniversário e a proximidade do réveillon ( não adianta, escrevo réveillon e lembro da música da Adriana Calcanhoto “como é que se escreve réveillon” e me dá sempre um medinho de escrever errado).
Escrever
sobre o que passou sem que pareça algo nostálgico é complicado, mesmo pq meu
cérebro tem um mecanismo de lembrar somente das coisas boas, por exemplo, agora
pouco durante o banho pensava “2016 foi complicado, mas o que mesmo me
aconteceu de ruim?” e lembrei somente de dois acontecimentos, isso é um
mecanismo de defesa, não é?
Posso dizer
que comecei o ano arriscando, tentando algo que sinceramente pensei que fosse
dar certo, novas relações interpessoais, novo ciclo de pessoas , histórias, culturas
e por fim, o que muitos poderiam achar
que foi algo passageiro e sem marcas, deixou em mim uma marca quase materna de
amizade, companheirismo e cumplicidade bem longe de SP e agora eu sei que
namoro a distancia comigo não dá certo, porém , na maternidade postiça eu me
dei bem.
2016 foi um
ano de gratidão (acho até que essa palavra anda meio batida nos posts e imagenzinhas
de auto ajuda espalhados nas redes sociais). Um ano onde eu pude ver muito do
que acredito nos olhos de outros, me senti grata demais por isso. Vi novas paixões pelo nariz vermelho surgirem em encontros regados a descobertas, sons e
pq não dizer, religiosidade. Fé, força e coragem pra não desistir nasceram em noites
de terça na capela de um hospital e dentro da rouparia de outro, quando num dia
de tristeza desabei no colo de irmãos, mesmo montada de Bavettinha e saindo de
lá me vi forte novamente.
Chorei por
quem se foi sem se despedir e chorei de desespero pensando que havia chegado a
minha vez . Passei algumas noites pensando no rosto de quem me provocou
desespero, hoje felizmente já não sou capaz de descrever perfeitamente aquele
rosto, lembrança essa que vai ficar em 2016 , sem passagem ou bilhete para me
atormentar no ano que vem.
Ultrapassei
barreiras e limites, mantive a força (mesmo que as vezes com muita preguiça )
de estar a mais de um ano fora do sedentarismo, terminei o ano com um exame
que, mais do que me dar um certificado e uma cor na luta, mostrou que quando eu
quero, sou capaz de verdade. Fiz amizades, dei boas risadas e ainda deu uma
enrijecida nos músculos, olha só quanta vantagem em dar uns bons socos e
chutes.
Fui
testemunha de um amor lindo, vi de pertinho com mais um grupo seleto de amigos,
uma irmã assumir perante várias pessoas que escolheu um homem integro e companheiro
para dividir suas alegrias e angustias, com tudo isso ainda ganhei um irmão
de risadas, bons papos e até mesmo noites fazendo pizza.
O ano ta
acabando, o calendário já esta na ultima página, mas eu sigo firme e forte,
arriscando e tentando sempre , pq a Felicidade está logo ali, pertinho, mas não
ta parada, estagnada, ela corre rápido e eu to logo atrás, arriscando novos
caminhos para alcança-la.
Só faltam 2
meses para a próxima reflexão, que venha 2017!